Com o clube envolvido num imbróglio sem precedentes, situação financeira complicadíssima, técnico Rafael Paiva trabalha usando o que tem em mãos, e muitos casos, improvisando com as peças do elenco e/ou Base.
Desde quando assumiu o comando técnico do Vasco – após goleada do Criciúma em pleno São Januário, culminando com a demissão de Ramon Díaz – Rafael Paiva vem se superando e fazendo um grande trabalho, praticamente, livrando o clube de rebaixamento, 9 pontos do Z4.
E, melhor, vaga quase garantida na Sulamericana e (quem sabe), uma pré libertadores (8 pontos do G6, este pode virar até G9), caso Botafogo, Flamengo e Cruzeiro vençam, respectivamente, Libertadores, Copa do Brasil e Sulamericana (e estes, terminem o Brasileiro entre os seis primeiros).
Paiva tira queijo de pedra
Clube teve as baixas de Jair - hoje, voltando aos poucos – Paulinho, Adson e David, todos com contusões graves, aliado a isso, sem recursos para contratar (e quando o fez, com Jean Deivid e Maxime não supriu totalmente o desejado).
Quando todos já estavam acostumados em vê Paiva improvisando laterais nas pontas, dobrando os corredores, tanto na direita, com Puma, quanto na esquerda, com Leandrinho, mais por falta de opções, peças de reposições, desgastes dos atletas, do que parte tática.
Aí o time fica sem seu principal matador, Vegetti, vice artilheiro campeonato Brasileiro 9 gols e um dos maiores na temporada (juntando todas as competições) com 20 gols, homem de referência, além do seu principal volante, Hugo Moura (suspensos) e Coutinho (poupado para melhorar parte física), e para piorar, jogando contra um rival indigesto que não o vencia pelo Brasileiro séria A desde 2018.
O mais otimista vascaíno cravava um empatizinho – meu amigo Tom, Grupo Monumental, que o diga – mas, aí Paiva entra em ação.
Para deixar o cenário mais grave – não basta estar difícil, tem que apimentar - time tinha no banco Galdames e Sforza (desacreditados), Jair (voltando de contusão), Jean Deivid e Maxime (sem ritmos e confianças), Souza, Alex Teixeira e Rossi (não mexem o ponteiro quando entram).
Para impactar, Paiva escala Galdames na volância no lugar de Hugo Moura, onde deixou vários vascaínos sem sequer ligar a tv, Rayan substituiu o goleador Vegetti e continuou dobrando o corredor pela direita com Puma, pronto, vamos pro jogo.
Contra números não há argumentos
Paiva tem o 4º melhor aproveitamento de um técnico do Vasco no Brasileiro de pontos corridos (23 J, 11 V, 6 E, 6 D) 56,52%.
Pelo atual campeonato Brasileiro, Paiva também ocupa o 4º lugar, desde que assumiu o cargo, são 36 pontos (21 J, 10 V, 6 E, 5 D,) aproveitamento 57,14%.
Outro número bacana, Vasco é o time de série A com menos derrotas em seu estádio, na temporada 2024, apenas 1 derrota (21 jogos, 13 vitórias, 7 empates, 1 derrota). Detalhe: Paiva não era o técnico nesta derrota, aproveitamento 73%.
Esses números seriam café com leite se Paiva tivesse em mãos um grande elenco, porém, não é o que vemos a cada jogo do Gigante da Colina em campo.
Vocês acreditam que diante destes números ainda tem torcedores que o chamam de estagiário? Acreditem, mas é verdade, infelizmente.
Começo arrasador
Vasco atropela o Bahia no primeiro tempo, Paiva dar um nó tático em Rogério Ceni, 3x1 saiu barato, pois Rayan perdeu um gol livre, livre de cabe, 4x1 seria placar mais justo na primeira etapa.
Paiva tem uma característica que o faz um grande treinador, ele jamais abdica de jogar, seja quem for o adversário, ele sempre incomoda, agride o rival, buscando o gol.
Entra sempre num esquema 4-2-3-1, com dois pontas abertos (ou laterais dobrados fazendo função de pontas), um meia de criação, dois volantes e quatro defensores.
Devagarinho, no seu estilo humilde, sereno, calmo, ganhou o grupo, tem o respaldo da diretoria e conquistou a torcida – embora, sempre tem alguns “reclamões”, normal, senão não seria futebol, ainda mais, dirigindo uma das maiores torcidas do futebol Brasileiro – com elenco super limitado vai buscando vaga na Libertadores.
Bahia reage
Aos 38 min ainda do primeiro tempo, Rogerio Ceni toma atitude de mudar porque a situação estava feia e poderia ficar pior.
Coloca Ademir e Lucho Rodrigues no jogo, onde time ficou mais veloz, compactado e mais finalizador.
Logo em seguida diminuiu e voltou pro jogo, indo para o intervalo com esperanças de empatar a partida.
Em seguida, com as entradas de Acevedo e Ratão (este perdeu um gol INACREDITÁVELLLLL!!!), time do Bahia merecia o empate, mas, futebol nem sempre tem justiça.
Destaques:
Bahia
Kanu, deu um passe preciso no finalzinho do jogo, foi seguro, firme, nota 6;
Thaciano, foi decisivo no segundo gol, se movimentou bem, jogador finalizador, nota 6;
E. Ribeiro, mesmo bem marcado, deu passe para segundo gol, tem técnica, é diferenciado, nota 6;
Ademir, deu passe para primeiro gol e fez o segundo, é muito útil, rápido e joga pra equipe, nota 7;
L. Rodriguez, fez primeiro gol do Bahia, não é de criação, tem pouca técnica, mas, é um exímio finalizador, nota 6;
N. Acevedo, excelente visão jogo, tem qualidade técnica, nota 6.
Vasco
PH, excelente no desarme, grande vigor físico, apoia com segurança, nota 6;
Galdames, para surpresa geral, fez um grande jogo – talvez o melhor desde a sua chegada ao clube – encontrou sua verdadeira posição, volante, nota 7;
Mateus, como sempre seguro, preciso e técnico, nota 6;
Payet, fez uma grande partida, podemos cravar como a melhor pelo Vasco, dois gols e muita técnica, nota 8;
Puma, improvisado na ponta direita vem dando conta do recado, nota 6;
Rayan, sofreu pênalti, perdeu um gol de cabeça e participou muito bem no jogo, nota 7;
Maxime, embora tenha entregado o ouro no segundo gol do Bahia, fez o melhor jogo desde a sua chegada ao Vasco, nota 6;
Alegria, garoto da Base, fera, rápido, habilidoso, inteligente, nota 6;
Paiva, fez um excelente primeiro tempo, caiu muito no segundo, tem que procurar o equilíbrio, vive momento iluminado pelo clube, nota 8,5
Próximos jogos
Bahia pega o São Paulo, na Fonte Nova, precisando voltar a vencer para ficar no G6, pressão dos torcedores tricolores no trabalho de Ceni é grande.
Já o Vasco, também na terça-feira, forçará Paiva tirar mais queijo de pedra, porque vai pegar nada mais nada menos que o líder do campeonato Brasileiro e finalista da Libertadores, Botafogo, no Nilton Santos, pinta de casa cheia e mais um jogão.
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