Quem tem um amigo como esse (ou vascaíno ou botafoguense) não precisa de inimigos. Assim foi, na quinta-feira, o tradicional Clássico da Amizade, onde gentilezas ficaram em segundo plano.
Clima tenso, disputado, aguerrido, uma verdadeira batalha campal, o que normalmente se espera de um clássico com muita rivalidade, onde amizade ficou só entre os torcedores.
Expulsões foram Fundamentais
O Botafogo, em melhores condições na tabela e com time mais entrosado, desde o ano passado, que quase foi a Libertadores, além do histórico favorável nos últimos clássicos contra o rival (4 vitórias seguidas) era o grande favorito.
Porém, aos 11min do primeiro tempo teve seu zagueiro, Adryelson, corretamente expulso, quando fez falta em Alex Teixeira, evitando o que seria o primeiro gol Cruzmaltino, ai o jogo começou a mudar.
Mas, a coisa ficou mais complicada ainda para os alvinegros quando Rafael deu um soco em Barros, numa discussão referente a um pênalti (que depois foi desmarcado pelo VAR), este também, corretamente, expulso.
Com dois jogadores a menos desde o primeiro tempo, o quadro ficou quase que impossível para o Glorioso, que foi valente.
Luís Castro fez uma linha de 5 defensores protegendo a casinha, mais 3 à frente, onde estrategicamente resistiu ao bombardeio Cruzmaltino, evitando um placar mais dilatado.
Tabu Quebrado
Há nove clássicos estaduais seguidos com derrotas, o Vasco entrou em campo pressionado, além de ter vários desfalques (Jair, Orellano, Figueiredo e Marlon Gomes por contusão; os goleros, Ivan, Léo Jardim e T.Rodrigues pelo regulamento, foram inscritos após prazo limite).
Jogo tenso, rival melhor na tabela, mais entrosado, já havia ganhado o Fluminense, tudo conspirava para mais uma derrota do Gigante da Colina.
Mas, como se trata de futebol, e este é imprevisível, improvável, com duas expulsões corretas, em condições normais, o jogo virou a favor de São Januário.
Ainda no primeiro tempo a torcida do Vasco ficou pra enfartar quando Galarza, já com um amarelo, entrava duro nas disputas de bola, correndo risco de ser expulso.
Pois, normalmente, os árbitros aplicam a lei da compensação, quando tem uma equipe desfavorável nas expulsões.
A preocupação ficou pela dificuldade de fazer triangulações e movimentações, onde reforçamos a necessidade da diretoria Cruzmaltina em contratar, sobretudo, um meia renomado, legítimo camisa 10 que chame a responsabilidade e pense o jogo.
Além, também, da contratação de um ponta direita e de um volante.
Três pontos cruciais para chegar à classificação para as semifinais da competição, isso que vale neste momento, torcida Cruzmaltina foi para o Carnaval aliviada.
Destaques do Clássico
Botafogo
L Perri- excelente goleiro, sempre bem colocado, fez grandes defesas, evitou um placar mais elástico, nota 8;
Cuesta- seguro, firme, experiente, mesmo com derrota, fez bom jogo, nota 6;
J Carli- tem o Botafogo na veia, e a torcida o admira muito, colocou, pra variar, muita raça e alma no time, nota 7;
Gabriel- mesmo com dois a menos, se destacou com muita personalidade, bate muito bem na bola, nota 7;
Thê Thê- joga fácil, toques sutis, incansável, movimenta-se muito bem e com muita técnica, nota 6;
Tec Luis Castro- foi muito inteligente, mesmo com dois a menos, armou uma linha com 5 atrás e 3 na frente, dificultando penetrações na zaga Alvinegra, nota 7.
Vasco
Léo- grande contratação, joga muito, passes precisos, rasteiros, é um zagueiro ofensivo, nota 8;
Rodrigo- mais um bom jogo, dessa vez sem erros, seguro, firme, nota 6;
Barros- assim como foi contra Flu, jogou como estivesse no seu quintal, grata aposta na base, excelente enfiada de bola para Alex Teixeira, forçando expulsão do zagueiro Adryelson, bota 9;
Pec- cada jogo ganha mais segurança, confiança e mostra que pode ser muito útil à equipe, nota 6;
A Teixeira- está vivendo um grande momento, mais leve, rápido, liso, fez um gol e esteve muito bem, nota 8;
Tec Barbieri- num esquema 4-3-3 encontrou o melhor Vasco, jogou bem contra o Flu (mesmo com a derrota) e contra Botafogo forçou a expulsão dos 2 atletas do rival com grandes jogadas (assim é o futebol), só não pode repetir Galarza para os próximos jogos, nota 8.
Arbitragem
O árbitro Yuri Elino F. Da Cruz foi muito bem no clássico, assim como seus auxiliares e, sobretudo, o VAR (pois deu suporte para o árbitro corrigir pênalti mal marcado e a expulsão de Rafael), nota 8.
Saudações!
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