Quando os vascaínos esperavam que teriam duas rodadas de descanso, num marasmo absoluto, numa carência absurda de futebol e notícias...
Bam! Vasco Associativo entra com uma liminar requerendo o comando do futebol e desfazendo, momentaneamente, contrato com a 777 Partners.
E eu acreditava que só voltaria a ouvir essa palavra “liminar” quando fosse brigar na Justiça contra a dupla Fla x Flu para jogar no Maracanã.
Como diz meu amigo Cairo, apaixonado pelo clube como nós, que sofre absurdamente com as loucuras dos nos dirigentes: o Vasco é um BBB 24 horas, um reality show.
Vou tentar explanar de maneira mais clara possível o que está acontecendo com o nosso Vasco hoje.
Cenário atual
Vasco SAF (clube empresa Vasco) = 777 Partners (70%) + Vasco Associativo (30%).
Até este momento, a 777 Partners vem assumindo e honrando rigorosamente em dias com todas suas obrigações (empréstimo 25 mi pago com juros), Vasco SAF está há dois anos com salários dos jogadores em dias, RCE (Regime Centralizado de Execuções) em dias, direito de imagens dos jogadores em dias.
Aportes em dias - mesmos sendo tipo “fritar o porco com a própria banha” - ou seja, com as próprias vendas dos jogadores do Vasco, exemplo Andrey, Pec, Marlon Gomes, Eguinaldo, entre outros, a 777 Partners está pagando os aportes do Vasco.
Devido manchetes e noticiários turbulentos no mundo, mostrando desequilíbrios da empresa parceira 777 Partners nos USA e na Bélgica (penhora de bens da 777) onde os credores alegam falta de pagamentos.
Na Inglaterra, a 777 Partners aporta valores no Everton, porém, a Premier League não aprovou ainda a aquisição do clube, pois exige garantias dos americanos, onde os mesmos ainda não comprovaram.
Com esse cenário, o Presidente do Vasco Associativo, Pedrinho, entrou com uma Liminar, na Justiça Comum, retomando o controle do futebol, desfazendo parceria com a 777 Partners.
A alegação do Vasco Associativo é a preocupação que amanhã os credores possam usar as garantias da 777 partners (ações, patrimônios, jogadores do Vasco), correndo risco do Vasco perder seus bens e jogadores em penhoras e falência da 777 Partners.
Assim, Vasco Associativo, hoje, é igual ao Vasco SAF, neste momento, embora, Pedrinho e os representantes jurídicos alegam que continuam com a Vasco SAF (porém, sem parceiro financeiro, sem empresa, sem grana para sustentar o negócio).
Conselho de Administração
Com a Liminar em vigor, Vasco Associativo destituiu os cinco membros da parceira 777 Partners do Conselho de Administração, dessa forma, agora, o Associativo tem sete membros no conselho.
Segundo Pedrinho e o Jurídico do clube, tudo continua “normal”, quanto as obrigações da parceira 777, mas, o CEO, Lúcio Barbosa passa a reportar ao Presidente Pedrinho e aos membros do Conselho de Administração, agora, 100% Associativo.
Como ficam os pagamentos?
Essa é uma pergunta difícil de se responder, segundo o Associativo do clube tudo continua “normal”, e a antiga parceira tem que continuar pagando salários dos jogadores e honrando com suas obrigações.
Mas, vem a pergunta: por que a 777 Partners iria honrar com as obrigações se teve seus poderes ceifados, retirados, proibidos no Conselho de Administração?
E os acordos do RCE (Regime Centralizado de Execuções) quem irá se responsabilizar em quita-lo?
Todos estão ansiosos em saber, porém, só descobriremos quando vencer as datas pagamentos dos salários dos atletas e as parcelas do RCE.
Visão comercial, econômico, financeiro
Tomando como base análise tática, no campo, o jogo é jogado; no mercado, nas finanças, os contratos são honrados e boletos pagos; jamais tem que entrar na área judicial para resolver questões econômico-financeiro, essa é a regra.
Minha mãe sempre me falou: “O boi a gente analisa pela venta, e o homem pela palavra”.
Toda SAF tem uma Câmara Arbitral, que é privado, formado por membros escolhidos pelas partes para resolver questões conflitantes, discutidas pelos parceiros, o que se sabe é que a SAF do Vasco ainda não tinha constituído esta Câmara, por isso entraram, de maneira urgente, na Justiça Comum.
A pergunta é: como pode se constituir uma SAF sem uma Câmara Arbitral? No mínimo, os dirigentes e o jurídico do clube que elaboraram o contrato foram irresponsáveis.
SAF no Brasil em perigo
O que o Vasco fez assustou o mercado das SAF´s (Sociedade Anônima do Futebol) no país, as negociações, os investimentos, os contratos, as grandes empresas ficaram com um “pé atrás”, devido a insegurança jurídica das SAF no pais.
Será que as SAF do Atlético-MG, Botafogo, Bahia, REd Bull Bragantino, Cruzeiro, Coritiba, entre outras, estão com Câmara Arbitral ativa, operante?
O mercado das SAF no país tem receio que essa prática de ir à Justiça Comum se transforme em algo normal, o que não é interessante para os investidores, ninguém quer colocar seu dinheiro suado, conquistado, trabalhado ao longo dos tempos, sendo dissolvido numa negociação insegura.
Pedrinho tem uma carta na manga?
Desde antes da sua posse como presidente do Vasco Associativo, Pedrinho vem entrando em contato com Jose Roberto Lamacchia, presidente da Crefisa, informando que estavam negociando naming rights (nome ao estádio, tipo Crefisa São Januário).
Houve comentários que poderia ser a Crefisa a nova parceira da SAF do Vasco, mas, foi amplamente descartada por Jose Roberto Lamacchia, que ficou irritado.
Sabe-se que a 777 Partners estava buscando compradores da sua parte no Vasco SAF, dessa forma, por que Pedrinho não foi ao mercado buscar esse novo parceiro, também? Por que preferiu entrar na Justiça Comum de forma arbitrária?
Não seria mais fácil se livrar definitivamente do parceiro, encontrando uma outra empresa que lhe mostrasse mais segurança econômico-financeiro?
Aportes e atualizações do quadro societário
Seguem os aportes da 777 Partners:
• 2022 - R$ 70 milhões (empréstimo-ponte) + R$ 120 milhões-ok
• 2023 - R$ 120 milhões-ok
• 2024 - R$ 270 milhões (setembro)
• 2025 - R$ 120 milhões (setembro)
Dessa forma, após a liminar, segue quadro societário:
Vasco Associativo 69% (30% + 39%)
777 Partners 31% (referente os aportes pagos)
Ressurgem os fantasmas
Imaginem, senhores torcedores vascaínos, quando acabar o mandato de Pedrinho, entrar outros dirigentes mal-intencionados, sabendo que a Justiça Comum já deu ganho de causa na SAF do clube, queiram também usar dessa ferramenta?
Os fantasmas já enterrados – que já sabemos quem são – podem voltar a usar as “liminares” para voltar a bagunçar a estabilidade do clube. Isso é muito preocupante.
Se você fosse...
A pergunta que não quer calar: se você fosse presidente do Vasco o que você faria, no lugar de Pedrinho?
Outra pergunta: se você fosse um parceiro financeiro e, de forma arbitrária, seu sócio entrasse na Justiça requerendo tudo que você investiu, o que você faria, no lugar da 777 Partners?
Queremos nos decepcionar...
Esse Vasco nunca decepciona, adrenalina pura, emoções dentro e fora do campo o tempo todo, sem dar espaço para descanso, quem pensa em tranquilidade, já viu que tem que mudar de time, pois o Vasco é temperatura máxima sempre, pressão a toda hora...
Mas, sonhamos por dias melhores, no campo, nas finanças e queremos nos decepcionar referente às coisas negativas que assolam este clube, merecemos...
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